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sábado, 21 de maio de 2011

A roupa nova do Imperador... Coutinho



O bafafá sobre a Coluna de João Coutinho (Folha) ainda tah dando o que falar. Veja aqui o que foi:

Ainda essa semana, o mesmo colunista escreveu o texto PONTO DE ORDEM, onde declara que a grande massa que leu sua coluna não tem a mente tão desenvolvida para esse tipo de ironia. E encerra com chave de ouro (de tolo) sua coluna, com a seguinte frase:

"Resta-me agradecer aos leitores minoritários que, concordando ou não com as premissas do argumento, souberam reconhecer o "reductio ad absurdum" em que ele evoluiu. Inteligência, humor, "fair play": o meu leitor ideal é também, não tenho dúvidas, o pai ou a mãe ideal. "

Ou seja, em sua suma opinião, os pais e mães que se indignaram com a coluna não são os ideais, pois os ideais são aqueles que entenderam a ironia introspecta em sua sádica coluna. E para minha grande surpresa, me deparei com comentários tipo esses:

Não sou obrigado a menino berrando no meu ouvido ou mesmo fazendo barulhos de mamar. Sempre achei constrangedor essas mulheres que sacam peitolas sem o menor pudor em público. Nem todo peito é bonito de se ver. (falow garanhão... esse aí só deve pegar peitudas boazudas né??)

Parabéns, chega desse assunto banal de mulheres arrogantes que acham que são donas de tudo. Se quiseram ter filhos, que tenham alguma dignidade. (aposto que ele não tem filhos...)

Eu sou contra amamentação, acho ridículo continuarmos com esse hábito que herdamos dos homens das cavernas em pleno século XXI. Tá na hora de evoluir!  (a resposta pra esse tah abaixo... chorei de rir)

Em resposta ao de cima...

"Sexo, então! Mais primitivo ainda que o ato de amamentar, já que antes do filho veio o sexo que o gerou... Ô, coisa do tempo das cavernas! Deveríamos parar de praticar o ato sexual também (concordo, cansa pra caramba XD - amamentar pelo menos não cansa). Deveriam haver campanhas pela emasculação em massa (e por que não pela vivência da castidade? To falando sério! Todos sem pênis e vagina!"

Voltando ao meu normal... nada irônica, bem realista e pé no chão...

Os comentários que mais me chamaram a atenção foram estes:

O problema é que, hoje em dia, tudo ofende, todo mundo é sensível, tudo que é dito tem de estar acompanhado de um pedido de desculpas aos que não concordam com o assunto.
Aí, vem o pessoal do BLMAF (Batalhão das Leitoras Mal-amadas da Fol//ha) exigir retratação, a cabeça do jornalista, fogueira em praça pública...
É de se rir.

Mas o povinho bu//rro é assim mesmo... se não consegue entender um texto objetivo, que dirá o cheio de ironias. Espera pelo pastor para dar sua opinião sobre os fatos... (o inteligentão é o mesmo autor do cment acima)

Vergonha alheia! É isso que a leitura dos comentários dos meus compatriotas causa em mim! Sou sua leitora há muito tempo e jamais o considerei reacionário ou grosseiro nas suas manifestações (a não ser que o seu "alvo" realmente merecesse, é claro). Já havia lido seu texto sobre amamentação há alguns dias e considerei o tom empregado e o conteúdo muito adequados. Sinto muito pela reação de alguns. Espere que você continue escrevendo textos cheios do seu sarcasmo inteligente. Abraço.

Caro Coutinho,
A ironia éuma forma de comunicação que obrigatoriamente bota as pessoas para pensarem,diferente dos demais modos. A quantidade de e-mails que você recebeu foiproporcional a quantidade de pessoas que têm preguiça mental. Sua mensagemsobre o "Mamaço" foi realmente para poucos.


Tudo isso me fez lembrar aquele conto de fadas "A roupa nova do Rei", onde um malandro, para aproveitar da boa vida do palácio, se faz de alfaiate e diz ter feito uma roupa muito especial, que somente os mais inteligentes poderiam ver. Quando não viam a roupa, estremeciam, temendo serem tachados de tolo:

"Sei que não sou tolo - pensava o cortesão; - mas se não vejo o tecido, é porque não devo ser capaz de exercer minha função à altura da mesma. Isso me parece estranho. Mas é melhor não dar a perceber esse fato."

E mentindo, faziam elogios e vangloriavam o tecido mágico pela sua beleza, enquanto que na verdade, nada ali existia, era um cabide vazio com elogios mais vazios ainda... a verdade veio mais tarde, pela boca de uma criança plebéia, inocente e sincera, dizendo que o rei estava pelado...

Orgulho... orgulho... orgulho... enquanto for assim, a idéia de que um dia o ser humano vai realmente evoluir, me parece cada dia mais e mais distante...

Um comentário:

Anônimo disse...

TEnho acompanhado seu blog....so tenho a dizer...lamento contigo!