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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Dando um tempo... forçado!! :(

Olá meus queridos amigos, leitores e seguidores desse blog, futuras gestantes, gestantes, mamães de bebezicos e de crianças grandinhas; simpatizantes do movimento pró humanização. Me vi no dever de passar por aqui e esclarecer a vocês o meu sumiço e princiipalmente, a falta de atualização deste blog!

Como vocês sabem, criei este blog primeiramente, com o intuíto de falar sobre o parto Humanizado e td movimento que acontece para a humanização do parto no Brasil; criei com a iniciativa de informar; criei também para informar aos amigos e simpatizantes sobre minha saga para tentar uma vaga no curso de Obstetrícia da USP. Porém, de abril (qdo criei o blog) para cá, minha vida tomou outros rumos!!

Desisti da luta pela humanização? NÃO MESMO!!
Não quero mais ser doula e obstetríz?? É O QUE EU MAIS QUERO E MAIS DESEJO NA MINHA VIDA (além da minha casa própria rsrs).

E então???

Foi o rumo que caminhos me levaram.

Comecei a trabalhar fora em maio e, por causa do trabalho e das políticas da empresa, não tenho permissão para fazer qualquer atividade que não seja voltado para assuntos da empresa, ou seja, continuar estudando o assunto principal deste blog e com isso, atualiza-lo todos os dias, conforme eu vinha conseguindo ainda no começo de Maio.

Não é culpa da empresa, obviamente; afinal, empresa sem regras quebra, não é msm??

Desisti do meu sonho de tentar a FUVEST?? Nâo msm, de forma alguma, tanto é que me inscrevi para a prova no dia 27/11... porém, se vou fazer mesmo o curso em 2012 são outros 500. Não que eu não queira mais, longe disso... mas tenho uma família que depende do meu ganho nesse emprego e o financiamento da casa, do qual demos inicio. Meu sonho maior é a casa e cursar uma outra faculdade para melhorar os ganhos, seja em uma empresa ou como autônoma. Quando eu atingir esse objetivo e não dependerem tanto assim de mim, farei essa faculdade, ah sim, farei. ISSO É FATO!!!!!!!!!

Portanto amigos, esse post está aqui para marcar uma parada nas postagens, sem previsão de volta frequente. Claro que passarei por aqui quando tiver feriado e se tiver recesso no final do ano.

Sinto uma dor enorme mesmo em postar isso aqui. Sonhava eu não precisar sair pra trabalhar fora, mas a vida não é do jeito que sonhamos. temos que lutar mto msm p conseguir alcançar um sonho maior, msm que isso represente escolher sacrificar algumas outras coisas ou adiar sonhos; fazer o que não somos apaixonadas para alcançar o sonho amado dali algum tempo. É assim que segue!!!

Ano que vem os planos são outros. Continuarei trabalhando e estudando a noite, porém em 2012 será na Faculdade (esse ano eu faço preparatório pro ENEM). Ainda não decidi se vai ser Publicidade ou Desenho industrial (optarei pelo que mais gostar na feira do Anhembi Morumbi no dia 9/9 e o que eu ver que me dará um retorno financeiro melhor e mais rápido, pelo menos até terminar boa parte do financiamento da casa - se puder me liberar um pco tb durante a semana p voltar a estudar nosso assunto favorito, tb ajuda né ^^), mas o que sei é que após essa faculdade, farei a USP.

Então amados, vou dando um tempo por aqui, pensando sempre, cada momento, em vcs e nesse blog!!

Espero voltar logo!!

Mega beijos, jah cheios de saudade!!

Arlene Paula - Doula, mãe, futura publicitária e futura OBSTETRIZ!!

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Quanto vale seu parto? - por Cristina de Melo

Essa é uma pergunta que vocês grávidas e futuros pais devem fazer em frente do espelho. Nós sabemos que especialmente nos dias de hoje ter um filho não é barato, é o berço, o carrinho, a cômoda, o roupeiro, a banheira, o bebê conforto, o protetor de berço, aquele tapete charmoso, a poltrona de amamentação, e quem sabe um sling.

Mas será que TUDO isso é necessário? E será que precisamos comprar tudo da melhor marca, melhor loja? Que diferença tem um berço de 200 e ou berço de 600 reais? Um carrinho de 300 ou um de 1,5 mil reais? Mas tudo bem, cada um sabe o que pode comprar!

O problema é que os casais não enxergam a importância de investir no PARTO, na chegada daquele ser especial que vai usar todas aquelas coisas citadas acima. A experiência do parto é única, um momento especial, mágico e inesquecível. Pelo menos é assim que ele deve ser. Já vi muitos casais falando que querem muito um Parto Domiciliar, mas que não fariam por causa do lado financeiro. Mas gente, vamos falar a verdade que nem é tão caro, aliás sai mais barato do que a maternidade particular. Sem contar que com certeza qualquer equipe ou parteira de qualidade parcela e até negocia o valor, se você realmente precisa e quer aquilo! Assim como Doulas, qualquer doula de qualidade e confiança negocia e parcela o valor, que no Brasil é entre 500 a 900 reais. Não deixe de ter uma por causa do financeiro, esteja aberto para negociações!

Outra coisa muito comum é os casais optarem pela cesárea para não ter que pagar o chamado do médico, quantas vezes eu já ouvi ''Se for cesárea a médica não cobra nada a mais, se for parto normal eu tenho que pegar 2 mil. Prefiro fazer então pelo convênio." E o bebê? Ele pode decidir o que é melhor pra ele? Ele pode ou deve opinar? É, infelizmente é grande a quantidade de bebês nascidos em cesáreas eletivas, nascidos por ESSE motivo em especial, porque sai mais barato!

Por outro lado temos os casais que gastam MUITO para ter uma cesárea eletiva por medo do parto anormal oferecido nas maternidades públicas, medo dos erros que saem nos jornais todos os anos. Será que essa é a melhor opção? Será que investir numa Doula que vai acompanhar esse casal em casa, usando a sua experiência e formação para que eles cheguem na maternidade apenas do final da fase ativa, ao invés de chegar nas primeiras contrações? Ter uma pessoa que entende do processo do parto, os procedimentos e indicações, para proteger a parturiente nesse momento? Isso não é garantia, nada é, nem uma cirurgia eletiva. Mas diminui e muito as chances de algo ruim acontecer.

E claro, temos os casais que querem o parto com o plantonista da maternidade, e temos plantonistas maravilhosos, que fazem o que a gestante quer, respeitam seus desejos e interferem apenas quando realmente necessário. Mas infelizmente também temos aqueles médicos que não são adeptos ao parto humanizado, que preferem fazer uma cesárea logo, inventam uma desculpa qualquer, e o casal inexperiente com certeza vai acreditar e aceitar. Mas e depois? Quando principalmente a nova mãe vai descobrir que poderia ter sido diferente? Que aquilo não era necessário? Como fica a cabeça dessa mulher?

Então pensem novamente, quanto vale o SEU parto?

Não, eu não estou dizendo que deve ser tudo do mais caro, mas TENHA um médico de confiança, um médico REALMENTE a favor do Parto Natural, que vá respeitar seus desejos até onde for possível.

Mas se você quer tentar a opção do plantonista, tudo bem, mas tenha o que eu chamo e recomendo a TODAS as minhas gestantes, um plano B. Um médico de confiança para chamar no dia, caso o plantonista não for o ideal para você. Como fazer isso? Procure indicações dos médicos a favor do parto natural na sua cidade, as Doulas são ótimas para isso.

Marque consulta com um desses ou alguns desses, diga que você quer ter um plano B, qual o honorário deste médico, as formas de pagamento, se ele estará disponível se você precisar e anote o telefone celular. Quando entrar em trabalho de parto, ligue para a maternidade para saber quem é o plantonista, e já pense se você vai arriscar ou encarar. Se chegar na maternidade e for um obstetra ruim ( as vezes as recepcionistas erram nos nomes dos médicos) chame o seu obstetra plano B, não aceita qualquer um.

O parto é SEU, é um momento único, especial, e você merece ter uma lembrança especial e não traumatizante!! Lembre-se, é o seu filho que está chegando ao mundo, traga-o de uma maneira especial, e não da maneira mais econômica.

Invista nesse momento, como você investeria em um casamento, festa de 1 aninho, batizado e afins!

E sempre, sempre tenha uma Doula!



Então? Quanto vale o seu parto?

Cristina de Melo
Doula

http://guiadobebe.uol.com.br/quanto-vale-o-seu-parto/

Esta página foi publicada em: 02/08/2011

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Eu não sou buldog não!!!

Achei esse texto muito bacana... vale a pena ler!!
Com a devida autorização, esse texto foi tirado do site http://mulheresempoderadas.wordpress.com/2011/08/01/eu-nao-sou-buldog-nao/

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Estou muito feliz em colocar este texto aqui. Primeiro porque o texto é ótimo mesmo. Segundo, porque ele foi escrito por uma amiga super especial. Somos amigas há quase 10 anos, trabalhamos juntas e nunca imaginei a Manu mamãe…. Mas, na festa de casamento dela, tive certeza que essa mulher que eu conhecia há tanto tempo havia mudado… Ela brincava com os sobrinhos de uma forma que eu nunca a imaginaria brincando. Se tivessem me contado eu não teria acreditado. Mas eu VI! E ali, tive certeza que Manu seria mãe.
Mas o melhor de tudo isso, é que ela se mostrou uma grávida super empoderada. Está se informando, trocando de obstetra e procurando um nascimento digno para sua bebê. Ela está tomando as rédeas da gestação e vai ser protagonista de sua própria história. E numa dessas conversas sobre parto, sobre equipes Manu soltou:
“Eu não vou fazer cesárea! Eu não sou buldog!”…. e dessa conversa, saiu este texto maravilhoso que divido aqui com vocês.
Por Manuela Mitre
Antes de mais nada, eu adoro cachorros, tenho duas em casa. A segunda é filha da primeira, fruto de um lindo parto domiciliar da qual eu fui orgulhosamente parteira, experiência que foi muito importante para mim, mas isso é assunto pra outra hora.

Voltando ao assunto, como muitos sabem, as raças de cães são criação do Homem. Ao longo dos séculos (talvez milênios), o ser humano realizou uma seleção artificial dos cães, promovendo ou impedindo cruzamentos com o objetivo de salientar características desejadas, como inteligência, pelagem, tamanho, etc. Porém, infelizmente, nem sempre essas características salientadas trouxeram mais saúde para o cãozinho. É o caso do bulldog inglês.

Originalmente criado para enfrentar e matar touros com os dentes, o que importava para seus criadores era uma cabeça grande com o focinho curto, para que a mordida fosse mais forte. A largura dos ombros foi salientada para que o cachorro também tivesse mais força para lutar. Mas ninguém se preocupou com a desproporção de tamanhos entre cabeça e bacia que foi sendo reforçada ao longo das gerações. Hoje a raça apresenta o terço anterior do corpo amplo e potente e uma pelves estreita e fina. Nenhuma outra raça tem um tamanho de cabeça tão grande em relação ao restante do corpo. E a cadela ficou com um problemão na mão.
Parou pra pensar na dificuldade que deve ser um parto normal da pobre cadela?
Por tudo isso, normalmente, os partos de bulldogues são realizados por cesariana.
Isso quando eles conseguem cruzar, porque também dependem de interferência humana para se encaixar e ficar grudadinhos – a Natureza é sábia e faz de tudo para que anomalias evolutivas não sejam perpetuadas.
Nós também passamos por um processo evolutivo, deixamos de ser quadrúpedes para andar de pé. E isso afinou a nossa bacia – ou foi porque ela afinou que conseguimos andar de pé, vai saber?
 Nossos cérebros (portanto também nossas cabeças) são mais desenvolvidos e maiores do que dos demais primatas. A conclusão óbvia, conhecendo o histórico do bulldog é que, por tudo isso, os partos deveriam ser mais difíceis, correto?
Errado. Uma adaptação evolutiva NATURAL permitiu que nossa espécie continuasse a se reproduzir naturalmente, sem ninguém ter que ajudar a encaixar (já pensou?). E, para possibilitar um parto normal, o desenvolvimento do nosso cérebro não está completo quando nascemos, ao contrário dos nossos primos macacos.
O cérebro continua a se desenvolver na infância, fora da barriga da mãe, quando a cabeça pode crescer sem colocar em risco a vida dos dois. Por isso também que nossos bebês são mais dependentes que dos demais mamíferos. É como se a gente nascesse um pouquinho antes da hora pra conseguir passar, sabe? Naturalmente!
Claro que existem exceções e alguns bulldogues conseguem parir naturalmente. Assim como alguns de nossos partos precisam de intervenções médicas.
Mas, quando alguém vem me falar de marcar cesária eu só respondo: “eu não sou bulldog, não!”
Fontes: Bulldog Club do Brasil, Desejo Saúde
Manu Mitre, 25 semanas da Alice, escreve semanalmente sobre Design de Interiores no Casa da Id&a. Sem “pode” ou “não pode”, ela explica que o que importa é a mensagem e a sensação que o ambiente transmite.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Parto Frank - HUMANIZAÇÃO JÁ!!!

Pensei muito antes de colocar esse vídeo aqui, pois é de fato um verdadeiro filme de terror.
Isso é uma demonstração real do verdadeiro parto frank. Segundo Michel Odent, é preferivel uma cesárea do que um parto frank... pra quem assistir, pense depois: Se a isso é preferivel uma cesárea, não é mesmo justo que levantemos a bandeira e lutemos tanto pela humanização do parto no Brasil?

http://www.youtube.com/watch?v=jV1NIjbTnwk&feature=player_embedded

*Eu ia postar já o vídeo para ser visto aqui, mas achei a imagem estática um pouco pesada. Então, segue o link!

As intervenções, desde a gestante com o sorinho até o bebê nascido sofrendo as intervenções, são uma amostra do que acontece em boa parte das maternidades brasileiras, principalmente onde a saúde sofre com a politicagem e roubo dos recursos públicos.

Há um outro vídeo que mostra a diferença entre o parto normal natural, humanizado e uma cesárea eletiva. Quando eu o encontrar, eu posto neste post e faço um UPDATE!

HUMANIZAÇÃO JÁ!!!

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Plano de parto - É bom mesmo ter um??

Essa semana, tive acesso à um plano de parto muito legal, elaborado pela queridíssima Rebeca Doula, de BH, MG. Esse é o modelo dela, mas há outros modelos muito bacanas, elaborados por outras doulas e gestantes. Cada plano é modelado de acordo com sua necessidade e seu querer!!

Na lista que participo perguntaram: Mas esse plano vale msm pra alguma coisa, visto o sistema obstétrico que temos atualmente no Brasil?
Eu diria que vale, pelo menos, tentar!!!
Eu parí pelo SUS e só consegui quase nada de intervenções pq minha doula já sabia o que eu queria (como pensei que minha baby ainda demoraria, relaxei e nao fiz o plano escrito... mas não vou bobear na pxma vez). O sistema hj realmente, não beneficia nada pra gestante, nesse sentido, se vc praticamente não parir numa casa de parto ou num PD... mas como eu disse, eu ainda acredito que vale pelo menos, tentar!!!

Eu gostei muito, espero que gostem tb!!

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Plano de Parto
Meu nome: xxx
Minha Data provável: 10/10
Companheiro: xxx
Bebê: João ou Maria, não sabemos o sexo!
Início do trabalho de parto – em casa:
- Se a bolsa romper antes das contrações avisarei minha enfermeira obstetra e doula para um acompanhamento em casa até que as contrações se iniciem
- Se a bolsa estiver íntegra desejo aguardar em casa até o início da fase ativa para só então me encaminhar ao local de parto
- Enquanto estiver em casa, se estiver no meu quarto ou banheiro, não quero ninguém batendo na porta ou entrando sem permissão.
- Peço que se alguém da família acreditar que eu estou sofrendo ao invés de lutando, se retire.
Internação:
- Internar na fase ativa, ou seja, com pelo menos  5 cm de dilatação e 3 contrações em 10 minutos.
- Se no exame eu estiver com menos do que isso e se estiver tudo bem comigo e com o bebê irei para casa ou ficarei caminhando perto do hospital com minha doula
- Não quero enema (lavagem intestinal e anal com medicamentos) e tricotomia  (depilação dos pelos pubianos com lâmina)
- Não quero que mantenham acesso a minha veia de rotina
- Não quero usar a camisola do hospital se esta tiver abertura que deixa à mostra partes do meu corpo, prefiro usar uma minha.
Trabalho de parto:
- Presença de meu companheiro e de minha doula (ou enfermeira obstetra) o tempo todo
- Não quero soro na veia, nem puro, nem com ocitocina
- Quero poder beber líquidos e comer alimentos energéticos (chocolate, barra de cereal)
- Quero me movimentar buscando meu conforto, não quero ficar na cama
- Uso ilimitado do chuveiro e outras alternativas de alívio da dor (música, massagem, respirações)
- Escutar o neném com sonar, não no cardiotoco para não limitar minhas posições
- Não quero exame de toque com freqüência, quero poder negar
- Quero ser chamada pelo meu nome
- Não desejo uso de analgésicos ou calmantes, pedirei se achar necessário. Antes de fazer uso de analgésicos quero tentar alternativas para a diminuição do desconforto. Aceito sugestões.
- Não quero medicação para enjôo ou cansaço (sem qualquer sedação)
- Quero tentar posições ou movimentos antes de iniciar o uso de ocitocina (seja qual for a indicação)
- Quero poder ficar deitada se for meu desejo
- Não quero ruptura artificial da bolsa
- Peço que espere o intervalo das contrações para conversar comigo
- Se eu estiver no chuveiro escutar o bebê lá mesmo
- Respeitar quando eu recusar algum procedimento
- Me incentivar a vocalizar, emitir sons ajuda a reduzir a sensação de dor.
- Evitar conversa paralela que me desconcentre.
- Quero que meu marido ou doula fotografe e filme momentos importantes.
- Quero ouvir músicas, acender ou apagar as luzes, fechar a porta e a janela
- Não quero a equipe de enfermagem entrando e saindo do quarto sem permissão.
- Não quero comentários terroristas como “não pode respirar assim senão o bebê entra em sofrimento”
Expulsivo:
- Não quero ir para o bloco obstétrico, prefiro ter meu neném no quarto ou banheiro.
- Quero usar a cadeira de parto ou uma posição vertical. Na ausência de uma dessas vou me sustentar em uma cadeira comum, ou em meu marido ou doula para ficar mais confortável e vertical.
- Quero poder improvisar a posição de cócoras com um campo forrando o chão, não precisa de aparelhagem para essa posição ser possível
- Se estiver na cama (ou na talha litotômica, em último caso) quero tentar uma posição de lado.
- Quero fazer força quando me der vontade, não quero ser guiada (a não ser que esteja sob efeito de anestésicos) ou pressionada.
- Não quero que fiquem tocando meu períneo no período expulsivo.
- Quero palavras de incentivo, se possível ver os cabelinhos do bebê através de um espelho.
- Prefiro luz baixa, porta fechada, ambiente calmo.
- Não quero episiotomia - a menos que a criança esteja em risco e precise nascer logo.
- Gostaria que o períneo fosse amparado com uma compressa para não lacerar.
- Não quero manobras para a saída do bebê  - a menos que seja estritamente necessário devido à sua saúde. Nesse caso dizer antes de aplicar a manobra e explicar o porquê.
- Se a criança estiver em OS quero que sugiram exercícios para virá-la para evitar intervenções
- Quero ter o meu bebê imediatamente em meu colo após o nascimento. Eu mesma quero descobrir o sexo dele.
- Peço que evite a sucção das vias respiratórias, se for necessário prefiro que seja feito enquanto ela está comigo.
- O pai cortará o cordão umbilical. Se ele não desejar, eu mesma quero fazê-lo.
Após o parto: 
- Prefiro aguardar expulsão espontânea da placenta com auxílio da amamentação, não quero massagem, tração ou infusão intravenosa de ocitocina.
- Aceito injeção de ocitocina intramuscular.
- Bebê comigo o tempo todo, mesmo para avaliação e exames.
- Se houver laceração de primeiro grau não precisa suturar. Se for de segundo grau quero anestesia local, sutura intradérmica.
Cuidados com o bebê:
- Deixar no meu colo o tempo que eu quiser após o nascimento.
- Quero amamentar na primeira hora.
- Não passar sonda em lugar nenhum (gástrica, anal)
- Não aplicar colírio pois não tenho nenhuma DST que possa contaminar a criança.
- Não dar vitamina K sem me consultar, talvez eu queira fazer isso com o bebê mamando.
- Amamentação sob livre demanda, não oferecer água glicosada ou bicos. 
- Alojamento conjunto o tempo todo, sem separação para observação. Caso seja necessária a separação o pai deverá acompanhá-la o tempo inteiro.
- Avaliação pediátrica sempre no quarto e na presença de um dos pais.
- Desejo dar banho em casa para que a criança absorva todo o vérnix.
- Eu, o pai ou alguém de minha confiança vestirá a primeira roupa.
- Caso seja necessário algum procedimento de urgência me avisar dos detalhes e porque está sendo feito.
Caso a cesárea seja necessária. 
- Gostaria da presença de meu marido e doula.
- Quero filmar.
- Anestesia peridural se possível, sem sedação.
- Não quero minhas mãos presas. Caso não seja possível quero que me soltem para que eu possa segurar meu bebê quando nascer.
- Quero remover o campo para ver o neném nascer.
- Imediatamente antes do nascimento gostaria que as luzes fossem abaixadas e o ar condicionado desligado.
- Após o nascimento gostaria que colocassem o bebê sobre meu peito imediatamente, sem separação.
- Amamentação já na sala de cirurgia.
- Sem separação e sem intervenções assim como descrito assim.
Observações:
- Se eu não tiver condições de decidir sobre alguma intervenção meu marido está apto a decidir por nós.
- Prefiro uma laceração a uma episio, e prefiro um fórceps ou vácuo a uma cesárea.
- Em caso de indução faço questão de uma doula comigo
- Se a posição da criança ou da placenta for desfavorável ao parto normal faço questão de aguardar pelo TP ou, na impossibilidade, pelo menos os pródromos (placenta prévia total, por exemplo).
Este plano de parto é baseado em evidências científicas e é fundamental para nós respeitá-lo ao máximo.
Agradeço a compreensão da equipe envolvida e por participarem desse momento tão importante para a nossa família.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

A dor do parto é o problema?

Encontrei esse texto no site da Renata Olah, de sua própria autoria!!
É uma resposta à alguem que lhe falou que o seu maior medo era a dor do parto... texto muito bom, lindo!!

Apreciem!!

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Você diz que o grande problema do PN é a dor, certo?

Uma dor que não é contínua (e sim cíclica, que vem em ondas, começa devagar, atinge um ápice e depois diminui desaparecendo até o próximo ciclo).
Uma dor que tem hora para começar e hora para acabar.
Uma dor que existe justamente para você saber que algo natural, normal e bonito está acontecendo com você e seu corpo (ou seja, não é uma dor "ruim", dor de doença, de patologia, que você não sabe quando irá acabar)
Uma dor que além de trazer consigo um bebê, te traz também muitas reflexões sobre o passado, presente e futuro. Uma dor que te faz crescer e nascer junto com seu bebê.
Uma dor forte, intensa sim.... como um grande abraço de despedida que seu corpo dá ao seu bebê, afinal depois de 9 meses juntos eles irão se separar para sempre.... e uma separação tão intensa como essa, realmente merece muitos abraços apertados.
Uma dor que te prepara para todo seu futuro, pois superando-a a sensação que fica é a de missão cumprida, de orgulho, de força, de bater no peito e dizer "pqp, eu sou foda mesmo!".... rs.... e acredite, depois disso a mulherada tem a sensação que elas podem tudooo!

Será que essa dor é tão ruim assim?????

Será que é preferível abdicar dessa dor natural para ter uma dor pós-operatória? Uma dor de tecido cortado, mutilado, costurado? Uma dor controlada com analgésicos (que passam para o leite!)? Uma dor que te faz ficar com gases, com medo de tossir, de andar, de erguer o corpo e que muitas vezes, dificulta os cuidados com seu próprio bebê? Uma dor que você não sabe quando vai acabar? E que pode vir acompanhada de várias outras coisinhas como infecção, ponto que abre, etc?

Será que é medo da dor ou medo de si mesma? Medo de seus instintos que você não conhece? Medo do comportamento que vai ter? Medo de gritar, de gemer, de estressar? Medo das dores emocionais que vai causar? Medo do que vão pensar? Ou é medo de falhar?

E porque tanto medo? Porque se importar tanto? Parto não é um momento de se conter, de se fechar e sim de abrir, de gemer, de gritar, de ser você mesma pura e simplesmente. Só você. E não há nenhum mal nisso!!!!
Sabe, minha intenção não é ser xiita, radical, pensar só em PN e blá blá blá..... E sim tentar fazer as mulheres olharem a situação sob outro ponto de vista!!

Nós oferecemos nosso corpo, nossa gestação, nosso parto, nosso filho para a Medicina. Não seria ela que teria que se oferecer para gente? Porque não confiamos mais em nós mesmas, em nosso corpo e nos processos fisiológicos que nos regem há milhares de anos? Porque preferimos aceitar as tecnologias que tentam simular a ação de Deus, que tentam consertar processos que não necessitam de consertos? E porque valorizamos tanto essas tecnologias?

Parir é um processo fisiológico! Como respirar, comer, andar, fazer cocô, fazer sexo............ porque não deixamos os outros interferirem nesses processos, mas deixamos que interfiram no nosso parir?

É realmente algo que temos que pensar!

A dor existe. É fato. Então, deixe ela vir. Consinta e sinta. Se abra. Relaxe! E deixe a natureza agir!!!!
 

quinta-feira, 21 de julho de 2011

As necessidades básicas da parturiente

Algumas condições externas que devem ser respeitadas para o bom procedimento de um parto ativo.

Um parto normal acontece sozinho, guiado pelo próprio corpo. Rompimento da bolsa, dilatações, contrações são ações involuntárias do corpo, que acontecem devido a informações enviadas pelo cérebro. E como o cérebro envia informações ao corpo? Através dos hormônios.
O trabalho, portanto, pode ser compreendido fisiologicamente como uma cadeia sutil de hormônios, que vão acionando um ao outro e conduzindo ao parto/nascimento. Quem comanda todo esse processo é a estrutura primitiva do cérebro, chamada de “sistema límbico” e composta pelo hipotálamo e hipófise. São as estruturas que temos em comum com os cérebros de todos os outros mamíferos. Durante o trabalho de parto, como em qualquer outra experiência sexual, as inibições que podem acontecer no processo provêm da outra parte do cérebro, a mais moderna, denominada córtex ou neo-córtex. Muito desenvolvida nos seres humanos, essa parte do cérebro correspondente a atividade intelectual e racional.
O obstetra Michel Odent identificou fatores que estimulam a atividade do neo-cortex, e que devem ser evitadas para permitir que o cérebro primitivo funcione sem impedimentos e assim favorecer o trabalho de parto. Essas são necessidades básicas muito simples, mas fundamental que sejam respeitadas. São elas:
LUZ: luzes fortes estimulam o neo-cortex, e isso é já bem claro aos técnicos que realizam eletro encefalogramas. Um parto que ocorre na penumbra, portanto, tende a ser facilitado.
LINGUAGEM: A linguagem racional é um processo intelectual comandado pelo neo-cortex. Portanto, perguntar à mulher durante o trabalho de parto qual é o seu número de telefone ou a que horas fez xixi, por exemplo, obriga que ela raciocine, acionando o neo-cortex e consequentemente atrapalhando a ação do cérebro primitivo e o trabalho de parto. Melhor não recorrer à linguagem verbal a uma mulher em trabalho de parto.
PRIVACIDADE: todos sabemos que quando nos sentimos observados temos a tendência de corrigir nossa postura, e isso representa acionar o neo-cortex. Quanto maior privacidade, melhor para que o trabalho de parto proceda bem. Odent inclusive chama atenção para a posição onde a parteira/ doula/ médico se encontra no momento do parto (na frente ou atrás da mulher), e para as fotografias e filmagens nesse momento.
NECESSIDADE DE SENTIR-SE AO SEGURO: A adrenalina aciona um estado de alerta que inibe a liberação dos hormônios necessários ao parto. Todas as situações em que a mulher se sente em risco liberam adrenalina vão dificultar o parto. A presença de pessoas com quem a mulher se sinta segura, portanto, é fundamental para facilitar o trabalho.
FOME E ADRENALINA: O medo faz aumentar o nível de adrenalina, mas a fome também. Depois de comer todos ficamos mais calmos. A TEMPERATURA também influencia na taxa de adrenalina: um ambiente frio tende a aumentar a taxa de adrenalina. A mulher em trabalho pode comer se sentir necessidade, e os que estão acompanhando o parto devem cuidar para que o ambiente esteja bem aquecido.
Um parto ativo será beneficiado se essas necessidades básicas da parturiente forem respeitadas.
É importante lembrar que o cérebro reconhece apenas os hormônios produzidos pelo próprio corpo. Hormônios sintéticos não produzem os mesmos efeitos, e podem atrapalhar a delicada seqüência entre eles.

Fonte: http://guiadobebe.uol.com.br/as-necessidades-basicas-da-parturiente/

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Cirurgia pra tudo??

Um dia desses, na escola, uma professora adiantava aula. Então, na falta de atividades, falávamos sobre nossas expectativas para a Faculdade. Embora eu tenha q ter mudado um pouco de planos (mais pra frente eu posto aqui sobre isso), meu sonho de ser parteira não morreu, e minha paixão pela Gestação, parto e maternidade, continuam cada dia mais forte.
Um colega meu, vai se casar até o final do ano e (como todo aquele que sonha com esse caminho de vida a dois), em algum momento se pega pensando em como será q vai ser quando vierem os filhos. Como todos da sala sabem, eu quero e vou ser obstetriz um dia. Aí ele só por curiosidade me perguntou o que era melhor, a cesárea, ou um parto normal. Nem preciso dizer o que respondi né... XD

E claro, como todo brasileiro mal informado, ele colocou o ponto de vista dele. Foi +- assim:

Colega: Mas parto normal? Não é pior não? Dizem que a dor é tanta que tem mulher que não aguenta e morre...
Eu: Morrer não morre, mas a dor é tão horrivel assim, como dizem, devido à tanta intervenção que tem nos hospitais hoje em dia; a mulher que é deixada em paz, quieta no canto dela, é capaz de ter um parto normal, todo natural sem essas dores horrendas, hospitalares...
Colega: Ah é??! (cara de muito espanto)
Eu: É ué... vc já não viu, os bichinhos dão cria sozinhos, ninguem vai lah ficar mexendo neles né? A gata, a égua... tds esses bichos, se deixar kieto, dão cria numa boa. A mulher é a msm coisa, é mamífera... por exemplo, ninguém fica lah, por exemplo, pegando uma cachorrinha em trabalho de parto, amarra ela e fica "Vai Lulu, faz força, força de coco, vai lah que você consegue..." vc acha que ela faria isso? Jamais (o que ousasse ainda nisso, levaria uma bela dentada)!! Uma fêmea, ao não se sentir segura, a mente dela meio q diz assim "Opa, aqui não tah seguro pro meu filhote, tem ameaças perto, não me sinto em paz... vou parar o trabalho de parto, segurar o filhote e procurar um lugar mais quieto e escuro, onde não me encontrem..." seria mais ou menos isso!
Colega: Pior né... mas é que sei lá, parece que doi tanto... parece que a mulher não vai aguentar...
Eu: Que nem falei... vc acha que a mulher se sente como? Toda amarrada, com as pernas pra cima pra todo mundo ver tudo ali, sozinha, anestesiada e todo mundo gritando com vc "forçaaaaa... forçaaaaa" não dá né...
Colega: Risos...
(aqui começa a parte nada vê, mas foi um jeito dele entender +- o skema)
Eu: Mêu...imagina assim, vc tah no banheiro, todo concentrado lá e alguem chega no banheiro e fala assim pra vc "Pô mêu, vc tah fzndo errado, faz força pra baixo, vai , isso, agora vai hein, desse jeito mesmo"
Colega: Sai fora, eu não ia gostar não!
Eu: Pois é... e pq uma mulher em pleno TP ficaria feliz com isso?
Colega: Então, nao seria melhor uma cesárea?
Eu: Pra que mexer em algoque é natural?? Se vc ficasse, por exemplo, 5 dias sem ir ao banheiro... vc começa a sentir cólica... vc vai ao médico pedir p ele te abrir, td vez q isso acontecesse??
Colega: Eu não, sai fora, nao quero morrer...
Eu: Pois é... mas é esse o risco que uma mulher corre qdo marca uma cesárea ou o médico empurra p ela uma cirurgia dessa, sem necessidade. Quando há risco de vida, que acontece em menos de 20% dos partos, a cesareana é muito bem vinda!! Afinal, quando o risco da cirurgia é menor do que a que já existe, melhor optar pelo menos arriscado né...
Colega: Legal, vou falar isso pra minha noiva...

Foi uma conversa na escola, na hora da janela da aula...então, já viramos em cima outro assunto totalmente diferente e ficou nisso... mas depois em casa, fiquei pensando nessa comparação maluca e desenvolvi a seguinte "historinha baseada em fatos surreais":

Uma comparação bem nada vê...

Imagina q faz 1 semana q vc não consegue ir no banheiro. Tah td entupida. Vc começa a sentir q seu intestino tah começando a kerer se livrar dakilo e começa a sentir as cólicas. Vc sabe q se deixar, uma hora seu organismo vai eliminar td, mas vc só por precaução, vai p hospital. Chega lah eles podem fzr o seguinte:

Te dão uma porrada de laxante,q  vai fzr seu intestino se apertar como nunca aconteceria se tivesse deixado ele se apertar naturalmente. Vc qse tem um treco de tanta dor pcausa do laxante, mas consegue expulsar td aquilo q tava lah parado, porém, seu organismo fica meio “ressentido” de tanto remédio, fora outras coisinhas – coliqinhas ainda fracas, alguma fissura chatinha... mas td bem, acabou! - Comparando com o que acontece quando aplicam o "sorinho" com ocitocina.

Ou então, um médico chega e fala: é... não vai sair não, tah td “empazinado”... melhor operar -  na idéia do cara, ele vai te anestesiar, abrir sua barriga, tirar a parte cheia pra fora, fzr uma incisão e tirar o ditocujo de lá... – aí pergunto: pra algo fisiológico, natural do corpo na hora de eliminar, vale a pena se arriscar numa cirurgia???

Ok, a comparação é absurda... mas é qse isso q os médicos fzm!!! Fato!!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Palavra de Parteiro - Kalu Brum - Michel Odent

Pra quem não sabe, Michel Odent esteve no Brasil nesse primeiro semestre de 2011 e fez diversas palestras por várias cidades. Ainda aguardo mais relatos e noticias delas pra postar aqui.

Encontrei esse post no site http://www.mamiferas.com/ e achei simplesmente incrível. Com os devidos créditos à Kalu Brum, autora e fotógrafa, posto para compartilhar.

Abaixo, um brevissimo histórico deste renomado Obstetra frances!
Apreciem!!
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Em um sábado frio de julho de 2010, ao entrar no abarrotado espaço Casa Jaya em São Paulo, então totalmente voltado ao nascimento, surpreendi-me com a disposição e a audácia do renomado obstetra e pesquisador francês Michel Odent, que com mais de 75 anos, tem uma visão histórica abrangente dos diversos cenários da obstetrícia ao longo dos anos.
O currículo de Michel  Odent dispensa explicações: foi encarregado do Centro Cirúrgico e da maternidade estadual em Pithiviers, Paris, de 1962 a 1985, e é o fundador do Primal Health Research Centre, em Londres. Na década de 70, foi o responsável pela difusão do homebirth (parto caseiro) e dos quartos com pequenas piscinas aquecidas nas maternidades. Odent começou a assistir partos em 1953, em maternidades, hospitais e domicílios – mas se denomina parteiro.
Em uma palestra de mais de 4 horas, esse ‘parteiro’ apresentou ao público ideias revolucionárias, como os perigos do uso da Ocitocina sintética, a preferência por cesáreas intraparto a intervenções medicamentosas, a não presença masculina na cena de parto. A seguir, compartilho com vocês um pouco do intenso aprendizado que experimentei, neste meu encontro com Michel Odent:

O parto antes da era do Plástico
Quando Odent começou a atuar profissionalmente, o plástico ainda não havia interferido na mudança dos procedimentos médicos. Este é o tema de seu próximo livro, que prometia finalizar até o final de 2010. Mas o que o plástico tem a ver com o parto? Segundo o obstetra, muita coisa: antes da era do plástico, o acesso medicamentoso era mais difícil. Não havia cateteres, o acesso às veias e, consequentemente, a administração de medicamentos, era mais trabalhosa. Na era do plástico, os partos passaram a ser mais medicamentosos, principalmente com uso de ocitocina, que segundo Odent pode deixar a humanidade incapaz de parir daqui a alguns milhares de anos. (isso realmente me assustou*).

Uso da Ocitocina Sintética
Para quem não sabe, a ocitocina é um hormônio naturalmente presente na hora do parto, e que desempenha um papel fundamental no nascimento. Em grande parte dos partos normais em todo o planeta, para acelerar a contração do útero e tornar o parto mais rápido, a ocitocina é usada de forma padronizada. É o famoso ‘sorinho’, que torna as contrações extremamente fortes e doloridas, levando muitas vezes à alteração dos batimentos cardíacos do bebê, tornando necessário o uso de anestesia, e iniciando as cascatas de intervenções físicas e medicamentosas. Segundo Odent, por tratar-se de um hormônio, a ocitocina passa pela barreira placentária e chega à corrente sanguínea do bebê, afetando o cérebro da criança (isso também me deixou muito preocupada*). Na opinião do obstetra, o uso do hormônio sintético pode gerar seres humanos mais agressivos, pois é um hormônio diretamente ligado à socialização. Outra consequência é a incapacidade de produzir o hormônio naturalmente, uma vez que a versão sintética bloqueia a produção de ocitocina natural. Atuando no cérebro da criança, o hormônio sintético pode tornar os indivíduos incapazes de produzir este hormônio, tanto na hora do parto como em outras situações de suas vidas. Sem a produção de ocitocina, tornamo-nos incapazes de sentir prazer.

Condições para um parto natural e eficiente
Para que o parto aconteça de maneira natural e tranquila, é preciso criar condições favoráveis à liberação de ocitocina natural. Segundo Odent, a ocitocina é um ‘hormônio tímido’. Para o obstetra, a cena de parto deveria ser semelhante às condições ideais para uma boa relação sexual: segurança, privacidade e ambiente quente e escuro são alguns dos fatores fundamentais para a liberação de ocitocina. Outra questão revolucionária levantada por Odent é que a adrenalina bloqueia a produção de ocitocina. “E sabemos que a adrenalina pode ser captada pelos órgãos do sentido. Desta forma, quem prestará o atendimento deve ter uma baixa produção de adrenalina”, explica. O obstetra esclarece que geralmente os homens produzem adrenalina na hora do parto, e por isso costumam atrapalhar mais do que ajudar na produção de ocitocina. “O ideal é um atendimento feminino (concordo em partes... p mim, meu marido presente é essencial, a menos que parta dele não querer estar presete*). E quanto menos gente melhor (isso eu concordo*)”, defende Odent. Para ele, uma mulher em trabalho de parto deveria ficar isolada, e ser observada indiretamente por uma parteira ou enfermeira. “As doulas, parteiras e enfermeiras, ao invés de darem comandos tirados de manuais, deveriam permanecer fazendo uma atividade repetitiva, como bordar”, brinca o obstetra-parteiro. Odent diz ainda que todos os mamíferos criam mecanismos para não serem observados na hora do parto, e o mesmo deveria acontecer com a espécie humana (gostei dessa parte... farei isso p mim da pxma vez*).

Cesáreas intraparto são melhores que uso de medicamentos em partos normais
Para Michel Odent, é uma verdadeira afronta médica fazer uma cesárea antes do início de um trabalho de parto. Mas ele acredita que a cirurgia é melhor do que o uso de ocitocina sintética, anestesia, fórceps. “Se um parto não acontece naturalmente, é mais indicado fazer uma cesárea do que recorrer ao uso de medicamentos. Mesmo porque a grande explosão de hormônios acontece depois do parto. A mulher que teve cesárea, estando aquecida, liberará ocitocina e experimentará aquela sensação de êxtase, que nada mais é que a sensação de amor. Uma mulher que recebeu ocitocina não será capaz de liberar este coquetel hormonal fundamental para criação do vínculo com a cria, e para um pós-parto sem sangramentos”, explica.
Vale lembrar que a visão do obstetra se ajusta muito mais às realidades européias do que à brasileira, uma vez que ainda lutamos, sobretudo, pela autonomia feminina. Os ideais de Michel Odent estão muito além das práticas obstétricas brasileiras(ixxi, parece até utopia*), já que em nosso país 80% dos nascimentos da rede privada são por cirurgia cesariana, e acontecem antes do início do trabalho de parto. Quase 100% dos partos normais acontecem com utilização de ocitocina e anestesia, além de outras intervenções.
A luta para transformar o modelo obstétrico brasileiro está apenas começando. E mais do que partos mais humanizados, cabe-nos buscar partos mais mamíferos, adequando as revolucionárias idéias de Odent à nossa realidade, nosso ponto de partida para escrever uma nova história do parto no Brasil.

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Imagens: Kalu Brum
Foto 1: Michel Odent, parteiro e revolucionário
Foto 2: Para Odent, o ambiente ideal para parir tem condições semelhantes às do momento do sexo.
*Comentários da bloguista, eu ^^v

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Doulas, as amigas da hora do parto

Com suporte emocional e muita informação, trabalho dessas profissionais dá segurança às gestantes e favorece o trabalho médico
Publicado em 13/07/2011 | Dâmaris Thomazini


    O celular de Patrícia Bortolotto precisa estar sempre ligado: a qualquer momento ela pode receber a ligação de uma gestante em trabalho de parto. Mãe de três filhos, Patrícia contabiliza mais de 145 partos em que auxiliou o nascimento de bebês e de no­­vas mães. Mas ela não é obstetra e tampouco parteira: advogada, ela atua hoje mais como doula – ou “aquela que serve” na definição do termo. Sua função antes, durante e depois do parto é ser um ponto de referência, fonte de segurança e informação para as gestantes. “Faço três encontros individuais antes do parto, indico materiais de leitura e promovo encontros entre gestantes. Durante o parto, a doula fornece su­­porte físico e emocional à mulher”, esclarece Patrícia. O trabalho da doula, que traz be­­ne­­fícios reconhecidos pelo Minis­tério da Saúde, é definido como vocação, mas antes de exercê-la é preciso fazer um curso. O mais próximo é realizado em São Paulo. Se­­gundo Angelina Pita, coordenadora do curso fornecido pelo Grupo de Apoio à Maternidade Ativa (Gama), no Brasil existem cerca de 1,5 mil pessoas capacitadas para trabalhar co­­mo doulas, mas apenas de 10% a 20% está atuante. “A procura tem aumentado muito nos últimos meses, por conta da maior divulgação deste trabalho”, observa An­­gelina. A atividade das doulas vai na contramão de uma tendência em que a cesárea é a escolha de muitas mulheres. Dados da Pesquisa Nacio­nal de Demografia e Saúde (PNDS) mostram que no Brasil, 77% dos partos feitos na rede particular são cesáreas. Na Região Sul, 51,4% dos partos acontece desta forma. Grávida de seis meses de seu se­­gundo filho, a administradora Si­­mone Melo viveu todas as inseguranças da maternidade em sua primeira gestação e isso incluía os mitos que cercavam o parto. “No começo tudo parecia muito assustador, tanto a cesárea, quanto o parto normal; mas no fim da gravidez eu não conseguia imaginar o nascimento do meu bebê se não fosse de forma natural”, conta a mãe de Artur, de um ano e sete meses. A segurança para trazer o filho ao mundo sem qualquer intervenção de anestesia e sem a necessidade de pontos após o nascimento foi alcançada por Simone com o apoio de Pa­­trícia, que além de tirar as dúvidas de gestantes individualmente, abre a sua casa para encontros quinzenais gratuitos entre futuras mães e pais. “Lá eu tive a oportunidade de afas­­tar os medos com fatos. A gente assistia a alguns vídeos e as pessoas que já ti­­nham filhos contavam suas experiências sobre o que foi bom e o que não foi na hora do parto”, conta Si­­mo­­ne. “O mé­­­­dico acaba sendo técnico e a doula é um apoio mais emocional”, explica. Desconfiança X benefícios Nem todos os médicos são abertos à parceria de trabalho com uma doula. Para que preconceitos não atrapalhem esta relação é preciso que a gestante verifique se seu obstetra sabe o que faz uma doula e que ele aceite esta assistência prestada à mulher. O médico obstetra Carlos Miner é um incentivador do parto humanizado e há três anos trabalha com gestantes acompanhadas por doulas. Ele sente que as pacientes que têm esta assistência chegam mais preparadas e seguras para o grande momento. “Elas vão mais esclarecidas e informadas, assim a performance é melhor, diz Miner. Na hora do parto, a doula é a primeira a ser chamada e a última a ir embora seja em procedimentos realizados em maternidades ou em casa. Seu principal papel é orientar a mulher em relação ao que ela pode esperar da gravidez, do parto e do pós-parto. “Ela não substitui o trabalho médico e de enfermagem, nem a presença do marido. A doula é uma acompanhante profissional que conhece as reações, orienta e acalma a parturiente. Com ela, a evolução do parto é melhor e a satisfação da gestante maior”, diz. Encontre uma doula O site http://www.doulas.com.br/ mantém um cadastro de doulas por Estado. Lá é possível encontrar o telefone de contato destas profissionais.
    Atividade
    Veja o que fazem as doulas: Durante o trabalho de parto, a doula: • Orienta sobre a posição durante as contrações • Favorece a manutenção de um ambiente tranquilo e acolhedor, com silêncio e privacidade • Auxilia com técnicas respiratórias, massagens e banhos • Orienta a mulher sobre os métodos para o alívio da dor que podem ser utilizados, se necessários • Estimula a participação do marido ou companheiro em todo o processo • Apoia e orienta a mulher durante todo o período expulsivo, incluindo a possibilidade da liberdade de escolha quanto a posição a ser adotada Depois do nascimento do bebê, a doula: • Informa e orienta a mulher quanto à eliminação do cordão • Estimula a colocação do recém-nascido sobre o abdome materno, incentivando o início da sucção ao peito materno e favorecendo o vínculo afetivo mãe-filho • Orienta também quanto ao início e manutenção do aleitamento materno Serviço: Mais informações sobre como se tornar uma doula nos sites http://www.maternidadeativa.com.br/e http://www.doulas.org.br/. Fonte: Parto, aborto e puerpério – Assistência Humanizada à Mulher – 2001.
    Entrevista
    Angelina Pita, coordenadora do curso para formação de doulas realizado em São Paulo pelo Grupo de Apoio à Maternidade Ativa (GAMA), esclarece algumas questões sobre este trabalho: Só mulheres podem ser doulas? Não, mas tradicionalmente esse é um papel de mulheres. Já tivemos alguns homens fazendo o curso, normalmente eles são enfermeiros, fisioterapeutas e psicólogos procurando uma formação complementar para o trabalho com gestantes. O que é preciso para ser uma doula? Gostar de partos, admirar o processo de gerar e parir, acreditar que o parto é natural, fisiológico e ter vontade de ajudar as mulheres nesse momento. Sem dúvida é vocação. Algumas doulas chegam dizendo que desde crianças adoram o tema. Como surgiu a ideia de criação do curso para formar doulas? O curso existe desde 2002 e surgiu como uma forma de multiplicar as ideias de humanização do parto, de respeito e valorização da mulher e do bebê, que são, desde o início, o motivo principal do nosso trabalho. Ainda há preconceito quaanto ao trabalho delas? Sim, há hospitais que proíbem a entrada da doula por não ser uma profissão oficial e não ter um Conselho Profissional que a regule. Há médicos que não gostam da presença de mais uma pessoa no ambiente de parto. Porém, com a crescente divulgação do serviço cada vez mais profissionais têm visto os benefícios do trabalho da doula no parto para mãe, bebê e para o andamento dos processos do nascimento em geral: trabalho de parto, estado emocional pós-parto, desenvolvimento de vínculo e menos problemas com amamentação.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Drogas no parto!!

Petidina (similar à morfina) e diamorfina (tb similar, derivada da heroína) são duas "drogas" usadas nos Partos. Estas substâncias servem para aliviar a dor durante o trabalho de parto
Estas drogas são úteis nas primeiras fases do trabalho de parto , ajudando-a a relaxar e a lidar com a dor, e a petidina em particular é muito utilizada. Só podem ser administratdas em forma de injeção.
Como muitos analgésicos estas drogas têm vantages e desvantagens:
- a petidina tem um efeito sedativo sobre os musculos do útero  e ajuda-a depois do parto a descansar.
- ambas as drogas podem faze-la sentir náuseas e podem entrar no sistema do bebê; quando ministradas muito próximo do expulsivo, podem fazer com que o bebê fique sonolento ou podem causar problemas na respiração. (desconforto respiratório)
fonte: www.dobebe.com (site português *adaptei algumas palavras para o português brasileiro)
A mais pura verdade...

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Falta de dilatação = MITO!!

Olá pessoal!
Fico tão feliz qdo descubro pessoas que acessam, lêm, "devoram" meu blog de cabo a rabo e dizem que são cada dia mais apaixonadas por ele e pelo assunto: Gravidez, Parto e Maternidade. Ontem aconteceu isso: Fui na festa junina da Igreja e uma amiga minha me falou isso, e cada vez que a gente se encontra, o único assunto é esse: Este blog e parto!! Isso pq ela ainda é bem novinha e um dia, pretende sim, casar e ter filhos. Mas jah me deixou avisada que eu serei sua doula rsrs!!

Uma coisa que ela me falou que sei que pcisaria de um tópico especial é sobre a temida "Falta de Dilatação".
"Tecnicamente não existe falta de dilatação em mulheres normais. Ela só não acontece quando o médico não espera o tempo suficiente. A dilatação do colo do útero é um processo passivo que só acontece com as contrações uterinas". (Ana Cristina Duarte - Doula, Educadora Perinatal, Graduada em Obstetrícia pela USP Leste)

Ou seja: a mulher que foi cesareada por falta de dilatação, na verdade, foi enganada pelo seu médico, lamento!!!

Como falei p essa minha amiga, usando meu TP e de uma outra amiga minha como exemplo: Eu fikei 14hrs em TP, até q minha filha nascesse, dos pródomos até o nascimento. Minha amiga, ficou de segunda feira de manhã, iniciando os pródomos até o nascimento na quarta feira, no final da tarde. Que médico esperaria tanto tempo com apenas 1 paciente? No mesmo período, faria umas 30 cesarianas!!!!

Encontrei na net, esse artigo muito bom, da Dra. Roxana, falando sobre o segredo da dilatação. Vale a pena ler e entender que na verdade, o que existe não é falta de dilatação, mas sim, falta de boa vontade de esperar a dilatação avançar, no seu devido tempo!!

O Segredo da dilatação!
por Roxana Knobel (Ginecologista e Obstetra, Prof. de medicina na UFSC)


O segredo da dilatação é a contração uterina.
Quando o útero contrai, o colo dilata. Aos poucos.
As contrações são o motor que produz a dilatação..
.

A pressão da cabeça do bebê sobre o colo ajuda a dilatar, mas nada ocorrerá sem as contrações.
É um processo bem lento. Pode levar muito mais que 12 horas, depende de cada mãe e de cada bebê.

A principal dica para que não ocorra a falta de dilatação é - não internar precocemente.

A dilatação não acontece toda no mesmo tempo. Os primeiros centímetros são mais demorados, depois vai mais rápido. Embora algumas mulheres vivenciem as contrações dos primeiros centímetros como dolorosas, geralmente elas são bem toleráveis...

Fique em casa, tome um banho, caminhe, namore.
Quando a gestante chega no hospital, o taxímetro (geralmente) começa a rodar e o stress vai dominando.... Esses primeiros centímetros são bem seguros em uma gestação de baixo risco. É muito raro que algo ocorra com o bebê, não é necessária uma observação dos batimentos do bebê tão rigorosa.

Fique atenta. Se o bb está se movimentando, ele está bem!
Quanto mais avançada a dilatação, maior será a chance do bb nascer "no tempo esperado" e vocÊ conseguir o parto normal.
Dra. Roxana Knobel - Ginecologista e Obstetra
Profª de Medicina na UFSC!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Planeta Extremo e Parto - comparando!!

Gente, vim compartilhar com vcs um texto magnífico, da mestra Renata Olah. Tirei do blog Psicodoula, que indico aqui à esquerda. Ela fez uma bela comparação do quadro PLANETA EXTREMO, do Fantástico, com o trabalho de parto. Ficou incrível, vale muitíssimo a pena ler!! É até paralelo ao texto que escrevi na quarta-feira, comparando o parto ao ato de tatuar!!

Apreciem!!
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Vocês assistiram o Fantástico do último domingo?? Estreiou uma série chamada Planeta Extremo, que mostrará o reporter Clayton Conservani por quatro desafios extremos ao redor do mundo. O primeiro episódio foi de uma maratona na Antártica, sob condições climáticas intensas ( tempestades de neve e temperaturas de - 30 graus!! Ui!!).
          E o que essa série tem a ver com esse blog?? Talvez a primeira vista não tenha a ver mesmo... Mas assistindo ao quadro, me vinha só uma idéia a mente: "isso é igual trabalho de parto!!"..
          Explico, já fazendo uma relação com o tema central deste blog: para conseguir completar a maratona, Clayton Conservani começou a se preparar para o desafio físico e emocional que logo mais enfrentaria. Foram quatro meses de preparo intenso, junto de Bernardo Fonseca (também competidor dessa maratona). Corrida de longa distância, pilates, yoga, musculação, ciclismo e até treino dentro de um frigorífico!!! (a preparação física e emocional é muito importante, para que a mulher esteja informada, tranquila e forte  para enfrentar o longo caminho que é o trabalho de parto!).
          E então, chegou o dia de partir para a Antártica. A primeira vista, o ambiente assusta. Local inóspito, desconhecido (O hospital também é assim. Surgem dúvidas como "Que ambiente é esse? Quem são essas pessoas? O que vai acontecer daqui pra frente?") Mas não tem jeito. Já estavam lá.. e o desafio estava só começando. E a maratona começa... Clayton está protegido do frio, e encontra seu próprio ritmo para correr os 42km de maratona... (Durtante o TP é muito importante a mulher também encontrar seu próprio ritmo! Não adianta ela fazer o que mandam. Quem está correndo a maratona é ela... e por isso, é ela quem deve dar ritmo ao seu corpo). Os primeiros 20km foram bem.. Algumas pausas foram feitas, para ele se hidratar e se aquecer, e então continuar sua aventura... (O começo é sempre mais leve, devagar e mesmo assim necessita de alimentação, hidratação, pois não sabemos quanto tempo durará essa corrida..) porém, o caminho começou a pesar. O vento frio, a temperatura, as bolhas nos pés, as dores... muitas dores!!!! (Depois da fase ativa, o corpo sente muito o trabalho de parto... dói, é intenso, sim!!). Também sente um desconforto grande. Ao correr, sente que uma unha do pé está para cair (e é comum durante o trabalho de parto, a mulher sentir alguns desconfortos...como pressão em períneo pelo fato da descida do bebê, e também dor na pelve, que se abre sutilmente para dar passagem ao feto).
          Em certo momento, quase chegando ao fim, Clayton desabafa... Diz que vai continuar, na raça por um objetivo maior: sua filha Gabi, que ficou no Brasil. Ele chora, se emociona e mesmo naquelas condições desfavoráveis, aguenta firme... (esse momento me lembrou a "fase de transição"... bate o desespero, a necessidade de se apegar a um bem maior, algo que acolha aquela mulher que decidiu passar por tudo aquilo, mas que ao mesmo tempo dê forças pra que ela não desista)..
          Se entregou, decidiu vencer seus limites e mais alguns quilometros pela frente, ele passou pela linha de chegada. Sétimo lugar. Que vitória!!! Ele conseguiuuuuu!!!! (E a mulher que consegue, também se sente muito vitoriosa, a própria mulher Maravilha!)
          Mas não acabou.. logo Clayton começa a passar mal, vomita e vai verificar o que aconteceu com sua unha.. percebe que apareceu um grande hematoma, mas que tudo ficará bem! (E após o parto, é comum que a mulher trema, se sinta enjoada, e tenha alguns "machucados" provenientes da corrida: laceração perineal, episiotomia, etc)... E então, ele termina sua aventura, com sensação de missão cumprida e uma necessária noite de sono. E eu acho aquilo o máximo!!!! Lembro que comentei com as pessoas que estavam na sala comigo "nosssaa, queria ter essa coragem!!!!".. e me disseram: "o cara é louco!! pra quê isso?".... Para quê??? Para sentir que pode!! Para superar seus medos, limites, para se transformar, transmutar! Para se sentir viva, forte! (e não é também por isso que algumas de nós queremos parir????). Qual o problema de sentir dor, se há um objetivo tão maior e intenso por trás de tudo isso??? Qual o problema de querer passar por uma experiência intensa, dolorosa, forte??? 
          Pra mim o problema está em não querer vivenciar, não querer se sentir viva, forte, não querer se transformar, superar medos e limites...

          Mas voltando ao Clayton, qual foi a sua opinião sobre tudo o que ele passou? "Faria tudo novamente!!" 
          E o que aprendeu com tudo isso?? "A maior lição está em acreditar que sempre é possível fazer melhor, ir mais longe. Se queremos algo diferenciado temos que ousar".

          Então, isso significa que o esforço vale a pena? Com certeza sim! 

          E termino esse post com uma frase dita pelo Bernardo Fonseca, que me marcou muito e que certamente falarei para minhas gestantes daqui pra frente:
 
"O sofrimento é passageiro, desistir é para sempre"

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Sobre dor x Sofrimento opcional - Devaneios debaixo do chuveiro!!

Pra mim, um dos momentos de maior reflexão e "devaneios" é a hora do banho... dps de um dia de trabalho, indo direto pra escola, chegar em casa, nesse frio e ir direto pro chuveiro quente, me faz entrar numa espécie de mundo paralelo à Partolândia, que é dentro de mim mesma. Fico lá, absorvendo tudo o que li nessa lista, durante o dia!
Esses dias, lendo tantos e-mails a respeito de medo da dor, opção pela cesárea, esperar entrar em TP ou fazer uma eletiva, sei lá porquê cargas d'água, me fizeram pensar numa comparação um tanto curiosa, até mesmo pra mim que desenvolvi essa idéia...
Alguém aqui tem tatuagem?? de qualquer jeitinho... no pé, nas costas, pernas, braços??
E quem não tem, certamente já viu alguem que tenha, certo?
(img net)
Um colega de trabalho uma vez, resolveu tatuar um sol maia nas costas (aqueles bem pretos, totalmente pintados). Entre o riscar e finalizar, foram qse 7 horas de trabalho. Eu nunca fiz, mas ele falou que doeu pra c** (não vou repetir, mas foi ele quem falou), mas que valeu a pena pois aquele sol era o sonho dele. Dps ainda, meu marido que o tinha acompanhado, ajudou ele a limpar o excesso de tinta. Foi encostar a toalha e ele gritou: "P*... que isso cara?" e meu marido "Ué, vc quem pediu, não foi? p limpar, tenho que esfregar um pouco..." e ele "Ah... bom, então vai, manda brasa, vai lá, esfrega igual homem que eu aguento...hhuummm..."... meu marido contando a cena dps, com uma boa dose de encenação humorística, a cena ficou cômica...
Agora meu devaneio: Tanta gente, fazendo tatuagens aos montes pelo corpo, das mais variadas formas, desenhos, frases... nunca vi alguem falar que precisou de anestesia pra "não sofrer" enquanto era tatuado. Oras... afinal, a decisão, a idéia e a iniciativa de passar por aquilo foi do próprio tatuado, certo??? Aposto que nenhuma pessoa que fez a opção por se tatuar, vai dizer: "eu quero tatuar, mas tenho medo de agulha. vou pedir pra me darem anestesia e tomara que eles não furem muito a minha pele..." (oi?). quem opta por passar pela "dor" de ser tatuado é pq tem um objetivo final e ninguem o tira daquele foco... e vai perguntar se o cara sofreu pra tatuar... a resposta vai ser +- essa: "Sofri nada, doeu um pouco só, mas passa logo, ficou da hora não é? Esse era meu sonho, realizei..." (isso soa familiar pra alguém?)
Quem opta por um parto natural, domiciliar, hospitalar, sem intervenções e afins, já está consciente do que vai enfrentar. Pra quem já conhece todo o procedimento, todo o trabalho do corpo, em como funciona tudo, já trabalha tudo em sí para aceitar todo o processo como natural, como um bom trabalho do corpo e a dor torna-se para ela então, uma fonte de certeza de que o objetivo final vai ser alcançado (no geral) e o sofrimento então, deixa de ser o mostro perseguidor. Existe a dor, mas não o sofrimento.
Agora, quem diz que quer se tatuar, escolhe aquele dragão chines enorme que começa no ombro e termina na cintura, não procura conhecer os instrumentos de trabalho do tatuador, não conhece o processo de tatuagem, não conhece as tintas, não sabe do que são feitas, não conhece as agulhas, a máquina e o lugar, corre o risco de chegar no ateliê, olhar tudo aquilo, dar meia volta e se contentar em comprar um PLOC (lembram desse chiclete?) e tatuar a figurinha na pele, no ombro ou na batata da perna, apenas passando a unha sobre ela...
Arlene Ferreira de Paula Azevedo - que não tem tatuagem e não tem coragem de fazer, mas acha bonito desenhos de flores e estrelinhas, que encararia 10 partos naturais sem maiores problemas e que quando entra no banho, esquece da vida e fica viajando na maionese...
Mãe da  Verônica Maria - 1a - PNatH
"Estagiária" de doula

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Fiz esse post na Lista Parto Nosso, que participo e fiquei muito feliz com a repercussão que teve. Posto aqui alguns comentários a respeito desse texto:

"Arlene, a sua comparação é perfeita.
É isso mesmo! A escolha do que fazer com o nosso corpo é nossa. E é nossa obrigação buscar os recursos que mais nos convenham pra nos dar aquilo que a gente precisa.

E complemento com o verso de Carlos Drummond de Andrade:



A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento,perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional...."

Mariana Whitehead Guimarães

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Interessante a tua comparação, Arlene. Bem pertinente, inclusive.
Eu tenho tatuagens. 3. No dedo, braço e tornozelo. E realmente, dói. Não lembro se doeu depois, mas na hora realmente doía. Eu pedia pro cara parar às vezes, pra eu respirar, mas logo começava de novo. E, enfim, eu pensava que era uma escolha minha, a dor. Afinal, o objetivo maior era a tatuagem.
Agora, às vezes me pego pensando se vou aguentar a dor do parto. Penso se não vou desesperar e pedir penico. E sempre (quando digo sempre é sempre mesmo, inclusive agora, enquanto escrevo o e-mail) que eu penso nisso o Rafael chuta, só pra me lembrar do objetivo maior. É, eu aguento.
Lúcia
*Essa foi a que mais me tocou...
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Tadinho... fikei com dó XD (img net)
Meu cunhado é tatuador.
Resolvi fazer um símbolo celta, pequeno, um trikelis, uma tríade
representando minha nova família.
A mulher dele me disse: ah,vc pariu em casa nega, vai tirar de letra!

meniiinas do céu!
Quase morri,hahahaha
num guento, puxei a perna, borrei o troço q ficou meses inacabado,
enfim, eu implorava: cade minhas endorfinassss???

adorei o exemplo e ponho outro: alguem viu o fantastico domingo?
Maratona no gelo.
Pergunta la pro maratonista se doi!
Pergunta se ele desiste por causa da dor.
O maratonista sim ta mergulhado em serotoninas e endorfinas tbem.

ps: a cunhada tem 2 cesas eletivas e umas 15 tatuagens.

escolhas!!

bj
anna
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"O sofrimento é passageiro,
desistir é para sempre"
Monica Fonseca
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Arlene,
Perfeita comparação! Aqui na lista não só tem tatuados, como tem até tatuadora (eu!) pra endossar o que vc falou. [...] posso te dizer pelas minhas motivações e pelas dos meus clientes, que tem sim de tudo nesse meio: gente que quer se tatuar e pesquisa tudo antes de se decidir, gente que chega no estúdio e pede pro tatuador escolher o que e onde tatuar, gente que quer se tatuar mas nunca pensou que dói, gente que quer tanto que nem sente, gente que quer muito mas chora o procedimento todo, gente que cuida da tattoo com enorme carinho, gente que sai do estúdio e enche a cara e come linguiça (imensos "não-não" do manual da boa cicatrização da tatuagem), gente que não pensa que depois da tattoo tem um período chato de cicatrização que exige dedicação, gente que vai ferrar a tattoo toda pegando sol, gente que nunca mais vai pegar sol pra ter sempre um trabalho bonito, gente que escolhe a tattoo pelo preço, gente que escolhe o tatuador pelo preço, gente que depois quer brigar com o tatuador que fez um trabalho ruim mesmo tendo escolhido pagar pouco e fazer com aquele mesmo...
Delícia era tatuar quem queria muito, pensou bastante, sabe o que quer, pesquisou, pagou o preço e vai cuidar com carinho do seu trabalho. Infelizmente essa era a imensa minoria.
Uma grande parte dos "primítattoos" (quem se tatua pela primeira vez na minha língua doida) pergunta se dói. Eu sempre dizia: "a dor que você vai sentir é inversamente proporcional à vontade que você tem de fazer a tatuagem". Hoje, com esse pensamento à luz das minhas divagações, leituras e conversas sobre parto, eu acrescento que não é só. Você precisa estar conectado com essa vontade, com esse sonho, com esse objetivo para superar a dor das agulhadas para atingir um objetivo querido. Mas quem quer muito, geralmente está. E eu te digo que elas podem ser insuportáveis, dependendo do dia, local, e da vontade que vc tem de fazer. Já fiz tatuagens de pedir arrego no meio e tentar terminar depois (geralmente são aquelas grandes que vc fica anos pra ter coragem de revisitar), mas já fiz outras que eu não senti nada, conversei, falei ao telefone, ri, me diverti fazendo. E vi isso em milhões de clientes. Tem gente que desmaia, chora, grita, geme, se contorce todo, que chega dar dó de verdade e tem gente que tá nem aí, parece que nem tá sentindo. Tatuagem é um sonho(o parto tb). Dói sim, dói muito. Mas a gente faz porque geralmente elas significam um sonho, o marco de uma etapa da vida, uma homenagem, uma saudade, uma declaração, uma insígnia, a exteriorização de um conceito, uma idéia, uma motivação ou razão para esta. E normalmente essas coisas valem um esforço, valem o processo, valem o rito de passagem que é fazer uma tatuagem. Então a gente encara, com ou sem medo, de livre e espontânea vontade.
Claro que existem aqueles que querem se tatuar, mas não estão dispostos a sentir dor. Geralmente suas motivações são fracas. Esses desistem antes, choram, se arrependem, não pagam o preço. À estes eu era direta: "se você não sabe o que fazer ou não tem certeza, não faz. Volta pra casa e pensa mais um pouco." - da msm forma, eu já doulei mulheres que apenas diziam, da boca p fora, que keriam um PN e levando em banho maria, acabaram em uma cesáreana por motívos fúteis... não estavam verdadeiramente motivadas!!
E as similaridades com o parto não terminam aí. Existem técnicas para alívio da dor, que geralmente envonvem relaxar, respirar e se entregar ao processo. ;) E estas foram testadas pessoalmente.
Legal essa comparação. Acho que ambas as situações (parto e tatuagem) mexem com nosso inconsciente, com coisas interiores, em graus BEM diferentes, lógico, mas que funcionam bem pelo mesmo caminho.
Beijos coloridos,
--
Ana Paula Kacurin
(essa foi show né gente...)
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Nossa, tem tantas dores piores que a "Dor do parto" !

Até hoje lembro perfeitamente da dor que senti quando quebrei a perna por um atropelamento há 21 anos, dói só de lembrar...
Também lembro da dor que senti quando quebrei o dedinho, na guilhotina da janela, isso tem 10 anos...
Lembro de muitas outras dores, as crises de sinusite intermináveis desde a infancia, dor de ouvido...etc. (Deus que me livre... isso dói pra caramba... :s)
E curiosamente NÃO LEMBRO  das dores do MEU TP, há 6 anos,lembro que doeu, mas senti um alivio e felicidade tão grande quando vi MINHA CRIA que esqueci de tudo...( e olha que foi um frank, com tudo que tem "direito" e 2 episios), do TP lembro da sede que senti, lembro da fome, mas da dor...passou! Olhar a coisinha mais linda e cabeluda do mundo me fez esquecer de qualquer dor....

Antonieta, que por falar em dor, está morrendo de dor de cabeça e dor de coluna, devido ao frio...
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Pra mim, tudo é questão da motivação.
O Vi diz que eu "não vi a dor do parto" simplesmente porque não tava
nem aí pra ela. Acho que faz sentido. Mas ontem fui contra meus
instintos [...] e tomei a maldita vacina da gripe para gestantes[...]A picada eu nem senti, mas quando a mulher soltou o líquido, queimou e ardeu como a morte[...]A bendita da dor irradiava pras costas, pras pontas dos dedos. [...] E
o vi: pode ser viagem, mas pra mim, muito disso é porque você não
aceitou a vacina. ... metade desse sofrimento é psicológico! Você não fez a metade desse escândalo pra ter um filho. E eu: é que ter um filho dói muito menos. Ele: não é
o que todo mundo diz!!!
HOje, a menina chegou pra trabalhar e eu tava só o coió. Cara
inchada de falta de sono, agora literalmente chorosa, porque não
aguentava mais aquela dor desgraçada no braço,
e ela: mas Jo, tu não teve filho em casa?

É a velha questão do "quem tem um para que, pode suportar qualquer
como". Isso vale pro parto domiciliar. Pra quem acredita que a vacina
vai salvá-lo do mal; pra quem acredita na taguagem como forma de
expressão de um discurso além das palavras; pra quem faz maratona no
gelo. Não acredite o bastante, e as chances da dor parar de fazer
sentido e doer ainda mais são grandes. Não digo que é o único fator
determinante, mas, certamente, ´um fator determinante.

Beijão,

Jo
(muito interessante, não??)
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Eu fiz uma tatto super significativa pra mim, pouco depois que meu filho nasceu. Eu queria muito ela. É pequenina, eu não vejo, é nas costas, mas amo de paixão meu desenho.

Por mais que eu quisesse e precisei desse "querer" para ter coragem de sentar lá e falar "Pode começar"... eu senti dor, eu passei pomada anéstesica pra ver se melhorava a dor... eu lutei contra a dor, mesmo querendo muito.

Então nessa comparação de Tatto X Dor do Parto, tenho uma conclusão: "Tô me borrando de meeeeeedo" da dor do parto! Pronto falei!

Medo de não aguentar... e pedir anestesia, cesárea e tudo mais que me faça fugir da dor!

kkkkkkkkkkkkkk

Acho que foi só um desabafo... passou, passou... ou até o parto passa..rrss

Samantha - mãe do Théo(cesárea por falta de dilatação) e neném com 13 semanas
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Samantha, no TP a gente pensa mesmo pq inventou essa maluquice, o que eu está querendo provar, que podia ter marcado logo a cesa, é normal, o que não podemos é nos deixar abater por esse sentimento que nos invade quando estamos na partolândia. Tudo isso passa, a sensação de dor, o medo do fracasso, o medo da morte que algumas têm, e o resto fica. A superação, a perseverança e mais, muito mais que não pode ser listado pois nem é concreto, rs. Dá saudade depois, bendita ocitocina!
Beijocas.
--
Rebeca/ MG
Doula e Mãe de Breno e Alice
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E você? Faria uma tatuagem? Encararia um PN??